Páginas

Postagens mensais

sábado, 25 de abril de 2009

A UNIÃO FAZ AÇÚCAR - Por Jocelmo Costa Aires


Não é nenhuma piada referente à empresa que fabrica adoçante, mas uma metáfora que utilizo para descrever a importância de se realizar o trabalho pedagógico valendo-se da ajuda mútua. Depois do último encontro de acompanhamento do curso, em São Luís, reforçou-me a ideia de que para haver uma mudança significativa na educação é necessária a reunião de muitas forças. Percebi, na socialização de experiências dos colegas tutores, a comprovação de que bons resultados se alcançam com irmanação de ideias, com a doação recíproca de saberes, com a somatória de competências. Já é um clichê, mas é sempre bom relembrar. É preciso ter atitudes nobres como a da colega tutora Isabel, de Açailândia, que pediu um minuto de silêncio em homenagem a uma cursista de Viana, que fora barbaramente assassinada. Lembro-me de sua fala: “...Era uma educadora”, justificava. É o companheirismo à flor da pele. Esse espírito altruísta deveria estar mais presente no âmbito da escola. Precisamos nos lembrar uns dos outros! Pensar no outro antes de tudo é pensar no bem de um grupo. É preciso agir como as abelhas, que labutam na coletividade para produzirem o doce e precioso mel.

Percebe-se, por exemplo, que, quando doamos um pouco de nós, da nossa experiência, abrimos caminho para a produção de “doces” resultados. Constatei isso também durante o período de visitas do programa às escolas onde trabalham os cursistas. Lá, muito do que estava sendo trabalhado era mostra da troca de experiências realizada nos encontros presenciais, mais até, em algumas salas, do que do aprendizado dos fascículos. Em outras palavras, eram aprendizados provenientes da ajuda de outros cursistas – Trabalho de abelha!


A educação em nosso estado, hoje, é conhecida em todo país, por seus baixos índices de desenvolvimento, pondo-nos em situação vexatória e estigmatizando nosso povo como gente inferior, sem instrução. Acredito que, com a união e o compromisso de profissionais iguais àqueles que abraçam o Pró-letramento, ver-se-á, ainda que ao longe, uma esperança para a educação do Maranhão. Digo “ao longe” porque somente a força desses profissionais não será suficiente; temos professores aguerridos, é verdade; trabalhadores que acreditam no poder da educação; gente que tira do próprio bolso para ajudar no lanche dos cursistas; que põe na garupa de uma moto sua própria TV e aparelho de DVD para levar conhecimento aos colegas; que com o mínimo de apoio não desiste do que acredita ser o seu dever; temos cursistas que viajam quilômetros nas estradas de chão, vindos das mais longínquas localidades dos municípios para estarem nos encontros presenciais; mães que “esquecem” de suas famílias por se firmarem num ideal, enfim. Mas o trabalho na educação não pode depender exclusivamente do esforço dessas pessoas. Não se pode deixar esses profissionais a sós. Também verifiquei nas visitas que é preciso mais ajuda de outras “operárias”, de outros “zangões” que trabalham noutras “colmeias”. Dar condições mínimas de trabalho mesmo! Melhorar a estrutura física das escolas urgentemente, diminuir o número de alunos por sala. Ora, nas séries iniciais principalmente, o professor precisa dar atendimento individualizado aos alunos em vários momentos e, sem ajuda, sem mudanças no sistema, isso não será possível.

Em nosso município, temos visto grandes avanços graças a um “trabalho de abelhas”. Há uma vontade de mudança. “Cada um no seu hexágono” fazendo sua parte, pensando no outro, no professor, no aluno. Agradeço à Secretaria de Educação de nosso município, pelo apoio incondicional e parabenizo todos os cursistas, pela dedicação, que tem feito diferença nas salas de aula. Entretanto, a “colmeia” ainda está longe da perfeição. Quando se fala em qualidade da educação, é preciso “alçar voos mais altos”, “buscar o néctar” e “polinizar”. É tão óbvia a lição das abelhas. Por que muitas vezes embirramos e não seguimos seu exemplo? A cursista Graça Barros, em um de seus relatórios, diz que “educar é um ato de solidariedade[...]”, lembrando disso em nosso trabalho o futuro de nossos brasileirinhos será, inegavelmente, bem mais “doce”!

2 comentários:

  1. Realmente precisamos de muita garra e força de vontade como as abelhinhas para conseguirmos uma educaçao de qualidade, estou com vc nesse barco.

    Pra mim é um prazer trabalhar ao teu lado.

    Parabens pela sua dedicaçao no Pró-letramento.

    Sandra Araujo

    ResponderExcluir
  2. Este é um dos textos mais interessantes que acho dos informativos que já li do Pró-letramento do município de Santa Luzia do Paruá. Parabéns aos tutores de Alfabetização e Linguageme e Matemática, por contribuir para "doçura" da educação. Adriano

    ResponderExcluir