Não é nenhuma piada referente à empresa que fabrica adoçante, mas uma metáfora que utilizo para descrever a importância de se realizar o trabalho pedagógico valendo-se da ajuda mútua. Depois do último encontro de acompanhamento do curso, em São Luís, reforçou-me a ideia de que para haver uma mudança significativa na educação é necessária a reunião de muitas forças. Percebi, na socialização de experiências dos colegas tutores, a comprovação de que bons resultados se alcançam com irmanação de ideias, com a doação recíproca de saberes, com a somatória de competências. Já é um clichê, mas é sempre bom relembrar. É preciso ter atitudes nobres como a da colega tutora Isabel, de Açailândia, que pediu um minuto de silêncio em homenagem a uma cursista de Viana, que fora barbaramente assassinada. Lembro-me de sua fala: “...Era uma educadora”, justificava. É o companheirismo à flor da pele. Esse espírito altruísta deveria estar mais presente no âmbito da escola. Precisamos nos lembrar uns dos outros! Pensar no outro antes de tudo é pensar no bem de um grupo. É preciso agir como as abelhas, que labutam na coletividade para produzirem o doce e precioso mel.
Percebe-se, por exemplo, que, quando doamos um pouco de nós, da nossa experiência, abrimos caminho para a produção de “doces” resultados. Constatei isso também durante o período de visitas do programa às escolas onde trabalham os cursistas. Lá, muito do que estava sendo trabalhado era mostra da troca de experiências realizada nos encontros presenciais, mais até, em algumas salas, do que do aprendizado dos fascículos. Em outras palavras, eram aprendizados provenientes da ajuda de outros cursistas – Trabalho de abelha!
A educação em nosso estado, hoje, é conhecida em todo país, por seus baixos índices de desenvolvimento, pondo-nos em situação vexatória e estigmatizando nosso povo como gente inferior, sem instrução. Acredito que, com a união e o compromisso de profissionais iguais àqueles que abraçam o Pró-letramento, ver-se-á, ainda que ao longe, uma esperança para a educação do Maranhão. Digo “ao longe” porque somente a força desses profissionais não será suficiente; temos professores aguerridos, é verdade; trabalhadores que acreditam no poder da educação; gente que tira do próprio bolso para ajudar no lanche dos cursistas; que põe na garupa de uma moto sua própria TV e aparelho de DVD para levar conhecimento aos colegas; que com o mínimo de apoio não desiste do que acredita ser o seu dever; temos cursistas que viajam quilômetros nas estradas de chão, vindos das mais longínquas localidades dos municípios para estarem nos encontros presenciais; mães que “esquecem” de suas famílias por se firmarem num ideal, enfim. Mas o trabalho na educação não pode depender exclusivamente do esforço dessas pessoas. Não se pode deixar esses profissionais a sós. Também verifiquei nas visitas que é preciso mais ajuda de outras “operárias”, de outros “zangões” que trabalham noutras “colmeias”. Dar condições mínimas de trabalho mesmo! Melhorar a estrutura física das escolas urgentemente, diminuir o número de alunos por sala. Ora, nas séries iniciais principalmente, o professor precisa dar atendimento individualizado aos alunos em vários momentos e, sem ajuda, sem mudanças no sistema, isso não será possível.
Em nosso município, temos visto grandes avanços graças a um “trabalho de abelhas”. Há uma vontade de mudança. “Cada um no seu hexágono” fazendo sua parte, pensando no outro, no professor, no aluno. Agradeço à Secretaria de Educação de nosso município, pelo apoio incondicional e parabenizo todos os cursistas, pela dedicação, que tem feito diferença nas salas de aula.Entretanto, a “colmeia” ainda está longe da perfeição. Quando se fala em qualidade da educação, é preciso “alçar voos mais altos”, “buscar o néctar” e “polinizar”. É tão óbvia a lição das abelhas. Por que muitas vezes embirramos e não seguimos seu exemplo? A cursista Graça Barros, em um de seus relatórios, diz que “educar é um ato de solidariedade[...]”, lembrando disso em nosso trabalho o futuro de nossos brasileirinhos será, inegavelmente, bem mais “doce”!
Este é um dos textos mais interessantes que acho dos informativos que já li do Pró-letramento do município de Santa Luzia do Paruá. Parabéns aos tutores de Alfabetização e Linguageme e Matemática, por contribuir para "doçura" da educação. Adriano
Imagem desenhada pelo cusista Ronivaldo evidencia suas concepções em relação ao ensinar e aprender.
O QUE É LETRAMENTO EM ALFABETIZAÇÃO E LINGUAGEM?
O QUE É LETRAMENTO?
Letramento não é um gancho em que se pendura cada som enunciado, não é treinamento repetitivo de uma habilidade, nem um martelo quebrando blocos de gramática. Letramento é diversão é leitura à luz de vela ou lá fora, à luz do sol. São notícias sobre o presidente O tempo, os artistas da TV e mesmo Mônica e Cebolinha nos jornais de domingo. É uma receita de biscoito, uma lista de compras, recados colados na geladeira, um bilhete de amor, telegramas de parabéns e cartas de velhos amigos. É viajar para países desconhecidos, sem deixar sua cama, é rir e chorar com personagens, heróis e grandes amigos. É um atlas do mundo, sinais de trânsito, caças ao tesouro, manuais, instruções, guias, e orientações em bulas de remédios, para que você não fique perdido. Letramento é, sobretudo, um mapa do coração do homem, um mapa de quem você é, e de tudo que você pode ser.
(Kate M. Chong)
O QUE SIGNIFICA LETRAMENTO EM MATEMÁTICA?
No debate sobre as competências a serem desenvolvidas no âmbito do ensino de matemática, surgem, entre outros, termos como alfabetização matemática e letramento em matemática. Em todos eles, há preocupação com o papel social da educação matemática, e com o desenvolvimento de habilidades para leitura do mundo, que envolvem conceitos e relações, critérios, procedimentos e resultados e o uso de recursos da linguagem matemática. Lopes e Nacarato (2005, p.7), dentre outros autores, lembram que é preciso que este tipo de formação matemática seja apropriado pelos professores para que eles possam garantir a educação matemática a seus alunos. No Pró–Letramento matemática, consideramos fundamental levar o professor a refletir sobre a insuficiência do ensinar a contar e fazer cálculos, muitas vezes desprovidos de significado. O material didático e a proposta do curso trazem à tona uma abordagem dos conteúdos da matemática escolar que não se limita ao saber fazer (Ball, 2000; Shulman, 1986), mas que busca a compreensão conceitual e a necessidade de o professor adotar uma nova postura. Como nos alerta D’Ambrósio (2004), “aprendizagem é aquisição de capacidade de explicar, de apreender e compreender, e de lidar, criticamente, com situações novas. Não é o mero domínio de técnicas, habilidades e muito menos a memorização de algumas explicações e teorias” (p.37).
Fonte: Faculdade de Educação – UNIRIO
COM BOAS ESTRATÉGIAS PEDAGÓGICAS É FÁCIL APRENDER MATEMÁTICA
Os trabalhos com Números Naturais nas series iniciais sempre é dado, independente da disciplina, sem uma analise do conhecimento do aluno, de forma avaliativa, nesse campo ele pode muito bem memorizar o assunto e ter resultados positivos nas provas, mas na realidade não há uma compreensão verdadeira de qual é o papel daquele assunto na vida prática, daí porque muitas vezes o aluno trabalha com a escola por obrigação sem ter prazer, promovendo repetência e evasão ou um pécimo aproveitamento nas outras séries do curso por não saber mais o conteúdo. Nesse sentido, o Pró-letramento nos ajuda a entender como ajudar o professor cursista a perceber os erros dos estudantes, no processo de aprendizagem.
O JOGO COMO ESTRATÉGIA DE ENSINO
A pretensão da maioria dos professores com a utilização dos jogos é tornar as aulas mais agradáveis com o intuito de fazer com que a aprendizagem torne-se algo fascinante. Assim o fascículo propôs dois jogos, o Kalah que propicia o levantamento e a análise das possibilidades de uma determinada situação e o planejamento de seqüências de ações, e o Contig 60 que verifica a utilização das operações básicas. Acima os professores jogam o Kalah
CONTIG 60 E O CÁLCULO MENTAL
Professores cursistas em estudo do jogo Contig 60 que desenvolve o cálculo mental com as quatro operações básicas da matemática, além de ampliar a capacidade de resolver problemas e o raciocínio-lógico matemático.
KALAH DESENVOLVE RACIOCÍNIO LÓGICO
Crianças experimentam o jogo e aprendem as operações matemáticas.
EM MATEMÁTICA CONHECER COMO O ALUNO APRENDE É FUNDAMENTAL
Cursista de Matemática aplica atividade lúdica na aprendizagem das operações com números naturais
ESPAÇO E FORMA
Reconhecimento de formas geométricas presentes na natureza e nos objetos criados pelo ser humano. Após o estudo dos números naturais e seu uso no dia-a-dia, retomamos os trabalhos com o desenvolvimento das formas geométricas no fascículo – Espaço e forma.
DUPLA DINÂMICA
Tutores Jocelmo e Sandra Visitam cursistas que trabalham juntas
JUNTOS POR UMA EDUCAÇÃO DE QUALIDADE
Alfabetização e Línguagem e Matemática caminham juntos no desenvolvimento de uma educação mais rica e duradoura em Santa Luzia do Paruá
JOGO DAS VOGAIS
Tutor brinca com os cursistas: diversão e aprendizagem
PLATEIA ATENTA
Cursistas na plateia do teatro de fantoches
TEATRINHO
Cursistas apresentam: D. Baratinha
A MUDANÇA É POSSÍVEL
Mais uma vez o trabalho no Pró-Letramento me surpreende. Explico. É que no estudo do fascículo 7, pedi aos cursistas que apresentassem a contação de qualquer história infantil, como forma de fazer com que eles próprios entendessem a importância dessa tarefa no trabalho com seus alunos, especialmente no tocante às atividades de leitura, as quais, de uma forma geral, não têm levado as crianças a se interessar pelos livros; pelo contrário, tem-lhes causado total ojeriza às letras, dada a forma desarticulada através da qual vêm sendo desenvolvidas nas escolas do Brasil. Felizmente, essa realidade vem mudando. O Pró-Letramento, especificamente em nosso município, trouxe um conhecimento que pode revolucionar o ensino de nossa língua e, conseqüentemente, de todas as disciplinas escolares. Quando os grupos começaram a apresentar sua contação de histórias, deparei-me com pessoas talentosas que até então não haviam se manifestado tão enfaticamente. Ao falar de talento, não me refiro ao talento em representar, recitar ou cantar, mas ao talento de ensinar, à arte de lecionar! Que professores! Senti-me uma criança assistindo a tudo e comecei a imaginar que êxtase os alunos daqueles professores deverão sentir quando lhes forem contadas aquelas histórias com a mesma maestria com que os cursistas fizeram naquele dia. Sem dúvida, ao se habituarem a ouvir histórias apresentadas de forma tão emocionante, os alunos sairão correndo atrás dos livros para ver mais personagens, para conhecer mais histórias, para entender mais porquês. Isso é letramento! É esse o nosso objetivo no curso! Talvez minha paixão por tudo isso possa me fazer suspeito ao tecer tantos comentários entusiastas, entretanto, não os considero exagerados, porque o que senti naquele dia é que estamos em boas mãos. Temos compromisso com os nossos pupilos! Vi que não é tão difícil promover o letramento. Basta uma pitada de amor ao trabalho e um pouco de dedicação ao aluno, razão-mor do nosso esforço. O mestre Paulo Freire diz que são nossas atitudes que nos fazem seres educadores, por isso, parabenizo todos pelo trabalho brilhante e faço votos para que externem seus talentos em suas salas de aulas o quanto antes, porque nossa educação tem pressa! __________________________________________________________ Informativo PRÓ-LETRAMENTO – Santa Luzia do Paruá/MA – Ed. 02
JUNTOS PELO PRÓ-LETRAMENTO
No Pró-letramento a amizade também é uma conquista!
Realmente precisamos de muita garra e força de vontade como as abelhinhas para conseguirmos uma educaçao de qualidade, estou com vc nesse barco.
ResponderExcluirPra mim é um prazer trabalhar ao teu lado.
Parabens pela sua dedicaçao no Pró-letramento.
Sandra Araujo
Este é um dos textos mais interessantes que acho dos informativos que já li do Pró-letramento do município de Santa Luzia do Paruá. Parabéns aos tutores de Alfabetização e Linguageme e Matemática, por contribuir para "doçura" da educação. Adriano
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