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segunda-feira, 30 de março de 2015

ESCOLA AMANHECER, de Santa Luzia do Paruá-MA, realiza VI edição do Projeto Amanhecer News. O trabalho consiste na produção de um vídeo, que simula um telejornal. Os alunos são os protagonistas e o vídeo versa sobre as principais atividades realizadas na instituição durante o ano. Abaixo a edição 2014. Assista:

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

quarta-feira, 9 de maio de 2012

CONCURSO DE SOLETRAÇÃO MOBILIZA ESCOLAS DE SLP

O ginásio poliesportivo de Santa Luzia do Paruá ficou pequeno para a quantidade de alunos, pais e professores presentes na última segunda-feira (23.04.2012). Nesse dia, a Secretaria Municipal de Educação promoveu a culminância do Projeto Soletrando, o concurso de soletração de palavras realizado entre as escolas da rede, voltado aos alunos do ensino Fundamental de 6º ao 9ª ano. Sete escolas se inscreveram no concurso: Benedita Ayoub, com a aluna Daniele Nascimento; Carlindo Alves, com a aluna Deyrelle Barbalho; Cleobeto Mesquita, com o aluno Ivailson Lobo; Hilton Rodrigues, com aluna Antonia Sobrinho; Laura Estrela, com a aluna Caroline Silva Melo; Odyllo Ignácio, com o aluno Luís Henrique Silva Lima e Raimundo Carvalho, com a aluna Williane Viana. A competição começou às 16 horas e contou com muita animação. Destaque para a organização das torcidas, que vieram uniformizadas com as cores escolhidas pela coordenação. A Equipe de coordenação do Soletrando realizou entrevistas com os alunos representantes e editou um vídeo com o perfil de cada um, que foi exibido num telão. Em seguida, os alunos foram submetidos ao ditado das palavras que deveriam ser soletradas de acordo com o que prescreve a ortografia normativa. Segundo o professor Jocelmo Aires, um dos idealizadores do projeto, a ideia é incentivar os alunos ao estudo do Acordo Ortográfico estabelecido entre os países em que a língua portuguesa é o idioma oficial. “Percebemos que esse projeto é um bom estímulo para o estudo da variedade padrão da língua portuguesa, tanto para os alunos quanto para os professores”, declara. A etapa final foi disputada entre três escolas, saindo-se vencedora a Escola Cleobeto Mesquita. A vitória do aluno Ivailson Lobo conferiu-lhe o prêmio de quatrocentos e cinquenta reais e deu àquela escola o título de bicampeã do concurso, já que vencera no ano de 2011. O segundo lugar ficou com o Colégio Carlindo Alves (campeão em 2010), com a aluna Deyrelle de Jesus Gama Barbalho, que recebeu o prêmio de duzentos reais. Para a secretária de educação, professora Elizabete Ferraz, o projeto Soletrando tem grande relevância para a educação do município, já que mobiliza toda comunidade escolar num objetivo pedagógico. “O fato de os pais, professores e gestores atuarem juntos no concurso já acena para uma mudança importante na educação e que foi trazida pelo projeto. Todos se preparam, se emocionam e torcem. A educação acontece, com propriedade aqui, sem dúvida. Assista ao vídeo com as entrevistas aos participantes:

quarta-feira, 28 de março de 2012

PRÓ-LETRAMENTO EM SANTA LUZIA DO PARUÁ - MA: LINGUAGEM JORNALÍSTICO-TELEVISIVA EM SALA DE AULA

PRÓ-LETRAMENTO EM SANTA LUZIA DO PARUÁ - MA: LINGUAGEM JORNALÍSTICO-TELEVISIVA EM SALA DE AULA: Pela terceira vez, a Escola Amanhecer, de Santa Luzia do Paruá-MA, realiza o Projeto "AMANHECER NEWS", uma atividade pedagógica que envolv...

LINGUAGEM JORNALÍSTICO-TELEVISIVA EM SALA DE AULA



Pela terceira vez, a Escola Amanhecer, de Santa Luzia do Paruá-MA, realiza o Projeto "AMANHECER NEWS", uma atividade pedagógica que envolve mídias e tecnologias. Utilizando uma câmera digital e celular, a direção do projeto produz um telejornal, cujos principais "atores" são alunos do Ensino Fundamental. Segundo Jocelmo Aires, idealizador da atividade, para produzir o programa 'jornalístico' não são necessários grandes recursos. "Usamos muito o improviso, para não dizer 'sempre'", relata o professor. O programa produzido trata essencialmente de noticiar os trabalhos realizados dentro da escola. Daí o nome "Amanhecer News".
Assista:

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Soletrando Semec 2011: ortografia e educação linguística


O dia do estudante foi comemorado em grande estilo pela Secretaria Municipal de Educação. Ontem, 11/08, centenas de alunos participaram da culminância do “Soletrando 2011”, um concurso de soletração de palavras organizado pela equipe da Semec. Para participar do Soletrando, cada escola escolheu, através de seletivas internas, um aluno entre 10 e 14 anos, para ser seu representante na culminância de ontem. A disputa, realizada no Ginásio Poliesportivo, começou com muita animação. As escolas trouxeram torcidas organizadas e, ao ritmo da Banda de música “Lassus”, apresentaram performances ensaiadas especialmente para o dia. “Fazia um tempo que não sentíamos tanto entusiasmo das escolas em eventos aqui do ginásio”, comentou o professor Jocelmo Aires, coordenador do concurso.
No início do evento, foi exibido um vídeo, produzido especialmente para traçar o perfil de cada representante de escola. Cada filme apresentou depoimentos de pais, colegas e professores dos alunos, tudo para deixar uma mensagem de incentivo aos concorrentes.
Assista ao vídeo com o perfil dos alunos:

Segundo Jocelmo, o projeto, inspirado no quadro homônimo do programa de TV “Caldeirão do Hulk”, tem o objetivo de promover reflexões acerca do estudo da ortografia da língua portuguesa, com foco para as alterações na escrita de palavras, ocorridas em razão do Novo Acordo Ortográfico.
Terminada a etapa inicial de soletração, as escolas Cleobeto Mesquita e Hilton Rodrigues foram protagonistas de uma final emocionante. Suas respectivas representantes, as alunas Brunna Ferraz e Andreyna Dherse, apresentaram um show de conhecimento, acertando a escrita difícil de palavras modificadas pela reforma ortográfica. Depois de momentos de muita tensão, a aluna do Colégio Cleobeto Mesquita vence o Soletrando 2011, recebendo o prêmio de quatrocentos reais.
O grande destaque do evento foi o desempenho da aluna do Colégio Hilton Rodrigues, que ganhou o segundo lugar. Andreyna, estudante do 7º ano, destacou-se por competir de igual para igual com sua oponente, que estuda o 9º. “Nessa final de hoje, constatamos que o diferencial de cada aluno está nele mesmo e não na série que estuda”, comentou o professor Milton Alves.
A assessora técnica da Semec, professora Lucimar de Jesus Martins, esteve presente durante todo o evento e fez sua análise: “Em eventos deste nível, podemos realizar uma grande avaliação. O desempenho dos alunos, o trabalho específico do professor, o empenho do gestor, e até a atuação da Semec, tudo é avaliado aqui. O que vimos foi o misto de entusiasmo e conhecimento, raro em muitos lugares onde passei. A secretaria de educação está de parabéns. A equipe de organização deu um show de entrosamento e isso foi essencial para o sucesso deste evento. Parabenizo ainda os alunos, pela coragem, pela ousadia e pelo conhecimento demonstrado. Cada escola deve se sentir orgulhosa, por apresentar esse trabalho tão marcante. É pena que não tivemos um público maior. A comunidade deveria tomar conhecimento da algo tão magnífico. Parabéns a todos.
A equipe de coordenação do Soletrando, composta por Jocelmo Aires, Celson Júnior, Milton Alves e Alacides Leão, afirmou que o concurso sofrerá, em 2012, por um processo de mudança, a começar para a data da culminância, prevista para abril. Alterações com relação à idade dos participantes também estão sendo estudadas. “Queremos melhorar o soletrando a cada ano”, comentou Jocelmo.
A professora Elizabete Sousa, secretária de educação, também fez sua análise sobre a culminância: “O que constatamos é que houve um maior empenho das escolas. Gestores trouxeram um grande número de alunos. Verificamos que desde a torcida até a preparação de seu representante, notamos um certo cuidado, uma qualidade. Parabenizo pais, alunos, professores e gestores pela grande participação. Deixamos ainda nossas congratulações à equipe da Semec, que se esmerou em tudo. Aqui, no Soletrando, foi feita educação no sentido mais amplo da palavra,”

segunda-feira, 18 de julho de 2011

CURSISTAS DO PRÓ-LETRAMENTO E GESTAR RECEBEM CERTIFICADOS DA SEMEC
















Os programas de formação contínua de professores “Gestão da Aprendizagem Escolar – Gestar” e Pró-letramento, voltados às áreas de Linguagem e Matemática, respectivamente para profissionais das séries finais e iniciais do Ensino Fundamental, tiveram seu ponto culminante ontem, 13/07, aqui em Santa Luzia do Paruá. A Secretaria Municipal de Educação e Cultura – Semec, fez a entrega dos certificados de conclusão do curso aos professores que participaram da fase inicial do Pró-letramento, em 2008, e do revezamento, em 2009. Os cursistas do Gestar, realizado em 2009, também foram contemplados.
Em relação ao programa Pró-letramento, a responsabilidade em expedir os certificados ficou com as Universidades de Brasília-UNB e a Universidade Federal do Pará-UFPA, respectivamente, para os cursos de Alfabetização & Linguagem e de Matemática. Infelizmente, mesmo após quase dois anos do término dos cursos, houve falha no envio dos documentos para a Semec. A UFPA encaminhou os certificados referentes ao ano de 2008, mas os de 2009 ainda não chegaram até o município. Já a UNB não encaminhou nenhum documento. Segundo o CFORM, setor dessa universidade responsável pela emissão dos certificados informa que os relativos ao ano de 2008 foram remetidos à Seeduc, em São Luís.
Após visitar várias vezes a Secretaria de Educação Estadual, sem sucesso no recebimento dos certificados, a secretária municipal de educação, Elizabete Ferraz, decidiu juntamente com os tutores dos cursos elaborar e expedir os certificados próprios, os quais terão validade até a entrega dos documentos oficiais, emitidos pelas universidades. A ideia é dar a oportunidade aos cursistas de comprovarem sua participação nos programas e assim receberem benefícios como a promoção ou progressão em suas carreiras. Segundo Elizabete, a demora em certificar os cursistas traz descrédito às instituições que promovem cursos assim. “Já estávamos sendo muito cobrados e isso foi mais um motivo que nos levou a expedir esses certificados provisórios. Nosso receio estava em promover mais formação continuada e não termos aceitação, devidos à burocracia das instituições cumprir com o que é convencionado”, declarou.
A cerimônia foi realizada no Centro de Ensino Professor Cleobeto de Oliveira Mesquita e contou com a presença de 75 cursistas, dos mais de cem que foram convidados. O encontro iniciou com a leitura do livro “O menino que aprendeu a ver”, de Ruth Rocha. De acordo com Jocelmo Costa Aires, tutor do curso de Alfabetização & Linguagem do Pró-letramento, o objetivo dessa leitura, era rememorar o princípio fundamental do programa: alfabetizar letrando e letrar alfabetizando. Os cursistas ainda puderam recordar os principais momentos do programa, através de slides e vídeos produzidos com fotos da jornada de estudos. “Foi maravilhoso reencontrar nossos colegas e relembrar os momentos maravilhosos do curso”, comentou a cursista Maria Marlúcia. “Esperamos novos programas tão bons quanto foram o Pró-letramento e Gestar ”, declarou Neide Gomes, secretária de educação ajunta.
Na oportunidade, o tutor de Matemática, Alacides Leão, ahttp://www.blogger.com/img/blank.gifgradeceu os cursistas pelo aprendizado que teve com a turma. “Antes, eu não me encontrava muito com o trabalho para as séries iniciais do ensino Fundamental. Depois do Pró-letramento, pude perceber que a melhor parte do trabalho docente encontra-se nessas séries. Obrigado por me mostrarem isso”, falou Alacides. A tarde encerrou-se com a degustação de bolo e salgados para comemorar o momento.

Disponível em http://www.semecslp.com.br/noticias.php?id=91

sábado, 16 de julho de 2011

OS DIZERES DE UM PROVINCIANO


É reconfortante saber que nosso município, por fim, se manifesta de forma significativa no campo das artes, especificamente no que diz respeito à literatura. Após a publicação de “Silva – o sobrenome do Brasil”, do jornalista Francisco Domingos (Bilu) e de “Santo-de-Pau-Oco”, do professor Claudio Fontana, surge “Os dizeres de um provinciano”, do professor Luís Magno Alencar Andrade. Ontem, participei do lançamento da obra ali na Câmara Municipal de Santa Luzia do Paruá. Dentre as personalidades presentes estavam professor Ezequias Brito, professor Cláudio Fontana, o poeta Lira Júnior e o presidente da ALEAT – Academia de Letras do Alto-Turi, Nicodemos Freire de Oliveira.
O livro, de caráter regionalista, conta, através da poesia, detalhes da biografia do autor, especificidades do município e também da região do Alto-Turi. Não deixa de ser uma declaração de amor do poeta à sua terra e um convite ao conhecimento da região. Para aquisição da obra, detalhes nos site: www.protexto.com.br
A seguir, apresentamos um trecho do livro, no qual o autor faz homenagem ao rio Paruá, que banha o município.

ÁGUAS DO PARUÁ

Ponte sobre o rio Paruá

No alto do andar que lho declina
Protegido nas entranhas da floresta
És paraíso irrigado pelos índios
Caudalosa corredeira e aquarela

No regalo das areias vespertinas
Ao estalo das canções de primavera
Na Pedra do Amor ou na Prainha
Meu regato é um bojo de donzelas

E nos banhos dos domingos à tardinha
No balneário, no melô, na paquera
No curso de tuas águas findam
Os galanteios que emanam desta terra

E no adeus de teus jusantes ribeirinhos
Ó marco fluvial e passarela
És dado ao senhor do teu destino
Nas lombas de um mirim de cidadelas


REFERÊNCIA: ANDRADE, Luís Magno Alencar. Os dizeres de um provinciano. Curitiba - Protexto, 2011, pág. 44

DE ATENAS A JAMAICA


Nesta sexta-feira, 15/07/11, ocorreu a palestra de lançamento do livro "OS DIZERES DE UM PROVINCIANO", do colega professor Luís Magno Alencar, aqui de SLP. Na oportunidade, estiveram presentes algumas personalidades intelectuais do município, entre elas o professor Ezequias Brito, que, inspirado pelo momento, escreveu um belo poema. Em poucos versos, Brito fala da transição por que passou nosso estado no campo da cultura, decorrente do notório descaso com que vem sendo tratado ao longo do tempo.
Gentilmente, Brito cedeu a produção ao nosso blog. Ei-lo, então.

15 DE JULHO, DIA DO LANÇAMENTO DO LIVRO DE LUIS MAGNO

BRASIS E TANTO (Ezequias Brito)

Existem tantos Brasis
Quanto posso imaginar,
Entretanto, o que se diz
O melhor é não guardar.
Se alguém conta; tu ris,
Mas não ria com desdém!
Pois que, de certo, alguém
Algum motivo ou razão
Lá no fundo... coração
Tinha por certo e amém.
Triste porém é a sina,
De um Brasil que num dia
Em seu peitoral aninha
Elegância e fidalguia,
Com farta literatura,
Seguindo sempre a linha.
Corajosa e altaneira
No outro dia se esgueira
Pelos guetos e esgotos
E, de Atenas brasileira
Avilta-se e ignoto,
De atenas a Jamaica
Como se tivesse roto
O futuro alvissareiro
Desta terra, o Maranhão
Perde-se a identidade
E avilta com crueldade
Cultura, língua e pendão.
Num mergulho inconsequente
Atira-se loucamente
Rumo ao inferno de Dante,
Adeus, ó arte brilhante!
Outrora tão fulgurante.
É triste e doído vê-la
Sem o status de estrela
Hoje apenas cadente.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

JOGOS DE REFLEXÃO LINGUÍSTICA


A busca de metodologias inovadoras para o ensino da variedade mais prestigiada da lingua portuguesa também é foco da atenção de linguistas. No Pró-letramento, o fascículo 5 apresenta jogos para o trabalho com alfabetização. Um dos exemplos lá sugeridos foi o "Jogo das Vogais", uma atividade lúdica para exploração da escrita e da sonoridade das vogais. Aqui o professor Jocelmo Aires, faz uma adaptação do Jogo das Vogais e surge o "Jogo do /z/", para a exploração de irregularidades do fonema /z/, que pode ser representado ora pela letra "S", ora pela letra "Z" e até pela letra "X".
O Jogo foi realizado com alunos dos 8º e 9º anos, do Centro de Ensino Professor Cleobeto de Oliveira Mesquita, no curso extracurricular de produção textual, em Santa Luzia do Paruá-MA.
Segundo Jocelmo, a atividade rendeu muitas reflexões acerca das formas de escrever exigidas pela Ortografia. "Foi um grande exercício para a aprendermos as diferenças de escrita das palavras com z, s ou x.", declara o professsor. Jocelmo disse ainda que outras irregularidades podem ser trabalhadas com o jogo. "Basta mudarmos as palavras, fazer um dado com a letras representativas dos fonemas que queremos explorar e pronto. Aqui também estudamos com o jogo as diferenças entre S, C, SS, SC, X, Ç e X", declarou. "Até as diferenças dos "tipos" de PORQUEs, podemos trabalhar. É só substituir as palavras por frases" Sugere.
Para saber como jogar, clique AQUI.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

O que provoca a falta de letramento.


Fico imaginando aqui se, quem passou pela escola nos tempos em que ainda não havia computador, não tivesse buscado essa tecnologia quando do seu surgimento. A geração anterior à internet, por exemplo, estaria fadada ao desemprego, à margem do mundo, à exclusão possivelmente total. Imaginemos se médicos não participassem de convenções e de pesquisas para se aprimorarem. Fatalmente não substituiriam o bisturi pelo laser em procedimentos nos quais isso é possível. Imaginemos ainda se nós, professores de língua portuguesa, nem nos importássemos em entender o novo e bendito acordo ortográfico e continuássemos a escrever ideia com acento agudo e, “pior”, insistíssemos em “ensinar” isso aos alunos, fatalmente seríamos estigmatizados até como analfabetos funcionais. Se ninguém se importasse com a aquisição de novos conhecimentos, estaríamos ainda na Idade da Pedra e, quiçá, retrocedido à condição de ser unicelular.
É o que tem ocorrido com relação ao tratamento dispensado pela mídia e por parte da elite intelectual aos avanços dos estudos linguísticos, isto é, quando se dispensa algum tratamento. É no mínimo estranha a omissão e também o descaso com que se tratam as descobertas de pesquisas realizadas de forma tão contundente. Refiro-me à polêmica em torno do livro “Por uma vida melhor, da coleção Viver, aprender, adotado pelo Ministério da Educação (MEC) para a Educação de Jovens e Adultos (EJA). Bastou uma tendenciosa manchete do Jornal Nacional, da TV Globo, tentando depreciar a proposta do livro didático, para uma legião de sabichões se armar em defesa da “língua correta”. A matéria televisiva versava sobre pequeno trecho da obra, em que os autores demonstram a possibilidade de não se marcar o plural em todas as palavras de uma frase para que a ideia de número se estabeleça no discurso, como em os livro. Em nenhuma parte do livro se defendeu o uso dessa forma em substituição à “correta” os livros. Nitidamente só houve a demonstração da existência de variedades linguísticas diferentes e que são usadas até mais que a variedade “padrão”.
Os membros da imponente Corte gramática, diante da “ameaça” a seus postos de senhores da “Língua”, nem se deram ao trabalho de analisar o livro ou de sequer duvidar do jornalismo ideológico da maioria dos telejornais brasileiros. É inequívoca a intenção da reportagem em incitar a polêmica.
É engraçado que esses mesmos ‘nobres’, no âmago de seu pedantismo acadêmico, saem aos quatros ventos em defesa da valorização da leitura, da interpretação de textos e, ao que tudo indica, não leram atentamente a notícia, não viram o que estava nas entrelinhas. Tanto com relação à polêmica da proposta do livro quanto à própria audição da notícia, acredito que faltou letramento. Um letramento que só é possível com a imersão profunda nos estudos científicos. Ora, não posso falar com propriedade de plantas se não estudei Botânica, nem deixar de observar a intenção oculta de quem veicula um texto, principalmente nos canais “jornalísticos”!
A explicação para tamanha revolta dos defensores da “Língua” ou da cegueira linguística talvez se encontre na falta de competência da escola, da universidade, em propiciar esse letramento. É constrangedor, mas, ao que parece, até pessoas com alto nível de escolaridade apresentam dificuldades em interpretar textos, decorrentes da omissão de suas instituições de ensino em promover letramentos. Pode ser ainda que tudo se explique no medo da “Corte” em sair dos grandes palácios, o que é bem pior, já que se fingiria de ignorante visando à manutenção de seus privilégios.
O que se espera é que haja uma reflexão. Uma reflexão madura, consciente a respeito da existência das variedades linguísticas, incluindo-se aí à considerada padrão, a de prestígio. Todas as formas são válidas. Precisamos da Gramática Normativa em situações específicas, assim como podemos dispensá-la na maioria das outras situações. Só não vê quem não quer.

POR JOCELMO AIRES

domingo, 8 de maio de 2011

LETRANDO COM MÍDIAS


Promover letramentos múltiplos é o escopo fundamental da escola moderna. E no campo das novas tecnologias e mídias, é imperativa uma nova ordem no processo ensino-aprendizagem.
Nesse sentido, o telejornal escolar é um bom exemplo de atividade a ser desenvolvida.

"O trabalho com telejornal digital na escola coloca o aluno em contato com múltiplas linguagens, possibilitando que ele desenvolva diversas formas de expressão, em situações de comunicação real. É uma possibilidade de trabalhar, ao mesmo tempo, a escrita, a oralidade e a expressão corporal, além de possibilitar a cooperação e o reconhecimento às produções dos colegas. A produção de um telejornal da escola permite ao aluno ser produtor de informação e não só consumidor. Permite, ainda, situações reais de leitura e escrita, possibilitando a observação e reflexão sobre o mundo a sua volta.Esse tipo de atividade também pode suprir a necessidade dos alunos por novidades, ao gerar diferentes fontes de conhecimento, além de ser uma possibilidade de conhecer melhor a realidade escolar e vivenciá-la de uma forma mais dinâmica." (1)

Na Escola AMANHECER, em Santa Luzia do Paruá, essa forma de atividade foi desenvolvida pelo professor Jocelmo Costa Aires, com alunos na faixa etária de 6 a 10 anos no projeto AMANHECER NEWS. O projeto trouxe uma grande reflexão acerca do potencial das crianças para o conhecimento.
Durante dois meses os alunos estiveram envolvidos em pesquisas, leitura orientada, produção textual e aulas de expressão corporal. Segundo Jocelmo, o início dos trabalhos foi difícil devido às deficiências de alguns alunos para a leitura oral dos textos produzidos. As dificuldades foram minimizadas depois orientações feitas. "Antes percebíamos que, ao decodificar as frases dos textos, os alunos não as estavam entendendo. A partir da leitura com entoação e fluência, orientadas, isso começou a mudar", conta o professor. Ainda segundo Jocelmo, a familiaridade das crianças com as novas tecnologias foi essencial para a evolução da oralidade necessária para o telejornal. "Foi impressionante como encaravam a câmera. Pareciam jornalistas de verdade, (risos)", completa Jocelmo.

Os recursos necessários para um trabalho assim não são muitos. No caso desse projeto, apenas uma câmera fotográfica digital (que também tem a função filmadora) e um computador desktop simples, com acesso à Internet foram utilizados. Jocelmo ressalta que ter os equipamentos físicos já é um bom começo, mas o professor precisa ter conhecimentos básicos de informática e edição de vídeos. Tudo isso aliada a boa e velha criatividade de todo educador resultarão num ótimo trabalho de múltiplos letramentos.
Uma curiosidade do telejornal da escola Amanhecer está no estúdio virtual. Jocelmo conta que foi realizou um antigo efeito no vídeo chamado "Chroma Key" em que o fundo de uma imagem, feito com um tecido verde, pode ser modificado graficamente para qualquer tipo de cenário. No caso em questão o fundo verde foi feito com TNT, um tecido de baixíssimo custo e que, no final, trouxe um ótimo resultado visual. A imagem escolhida pode ser adquirida na internet, que disponibiliza diversas imagens grátis, que podem servir de cenário.

Assista ao Telejornal AMANHECER NEWS 2010:

1ª PARTE

2ª PARTE

PARTE FINAL




(1) REFERÊNCIA:
http://educarede.info/poie/livro/impressao/telejornal_digital.pdf

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

UMA QUADRILHA LITERÁRIA

"UMA QUADRILHA LETRADA": Foi assim que a formadora do Pró-letramento, Márcia Gondim, alcunhou a quadrilha junina "Amanhecer na Roça", da Escola Amanhecer, de Santa Luzia do Paruá-MA, culminância do projeto das Festas Juninas realizado pela escola. O (ex-)tutor do Pró-letramento, Jocelmo Costa Aires, idealizou e executou o projeto. Segundo ele, a ideia era propiciar espaço de letramento dentro do folguedo, que é tão valorizado no Nordeste.
Toda produção da quadrilha foi inspirada na obra de Monteiro Lobato "O Sítio do Pica-pau amarelo". O figurino, por exemplo, transformou as damas e cavalheiros da quadrilha nos personagens Emília e Visconde. A diretora da escola, Joleilde, disse que as crianças ficaram muitos empolgadas e, de logo, os pais dos alunos aceitaram patrocinar o figurino dos filhos.
A coreografia da abertura da quadrilha trouxe uma encenação teatral em que os participantes eram transformados em estátua pela bruxa Cuca e depois, todo mal era desfeito pelo "Sol Nascente" (personagem inspirado na música de Gilberto Gil para o programa de TV "O Sítio do Pica-pau amarelo", da Rede Globo).
Uma música também foi composta para a brincadeira. O compositor Jonas Júnior, irmão de Jocelmo, elaborou a letra e melodia, cantou e gravou. As crianças aprenderam rápido a música e não paravam de cantar durante as apresentações.
Ainda segundo o professor Jocelmo, durante o projeto as crianças estudaram a vida e obra de Monteiro Lobato, apresentando trabalhos em classe e produzindo textos inspirados nas histórias do "Sítio".
Realmente uma Quadrilha letrada!
Para saber mais sobre o projeto, acesse: http://www.youtube.com/watch?v=ZPR7TRRC_-M

domingo, 24 de outubro de 2010

Bagno, um banho. (Por Jocelmo Costa Aires)

Há algo que me intriga muito no campo dessa coisa toda sobre língua. Comecei recentemente a adentrar nos espaços da sociolinguística e encontrei consistências no que é dito por lá e não consigo entender como as reflexões e constatações desses dizeres são amplamente ignoradas, no sentido de não se querer compreendê-las, por significativa parte daqueles que se dizem professores de português.

É lamentável o combate acirrado aos estudos da ciência linguística, em prol de uma insensata tentativa de “preservação da língua”, que, na verdade, só tem atrasado ou até mesmo inviabilizado o processo de conhecimento e divulgação daqueles estudos a quem mais necessita deles. Louvo a ação incansável do professor, linguista e escritor Marcos Bagno, a favor de uma educação (sócio)linguística. Suas publicações têm demonstrado o que realmente importa na seara linguística, desvelando as verdadeiras razões pelas quais existe a divisão português ‘certo’/português ‘errado’. Quando li seu livro “A norma oculta”, me veio à memória a tarefa escolar, na 6ª série, em que tive que decorar as cansativas conjugações verbais , obrigando-me a varar a noite para “aprender” tais conjugações em todos os tempos, nos três modos, com três verbos diferentes, nas terminações AR, ER e IR. Na minha infante consciência, não conseguia entender o porquê de estudar aquilo tudo. Me “esfriava” todo quando ouvia: “Esta forma pertence à segunda pessoa do plural do pretérito perfeito do presente do indicativo do verbo x”. Realmente, não me recordo o dia em que tive que usar a frase “Quando vós cantardes”, fora daquele período. Fico pensando o que deixei de aprender naquelas monótonas horas de gramatiquices. Não culpo minhas professoras, já que, coitadas, não tiveram formação adequada. Não que esses aspectos da língua não devessem/devam ser ensinados, mas que fossem/sejam apresentados num contexto familiar ao dos alunos, sem excessos “nomenclaturais” e supervalorização de formas linguísticas sem nexo, mas priorizando o trabalho com leitura e escrita, como diz Bagno:

Por isso, não adianta entupir a cabeça das pessoas com regras, exceções, nomenclaturas e definições. Não é assim que alguém vai aprender a ler e a escrever. Isso não é “ensinar português”, é simplesmente decorar a gramática normativa, e há muito tempo os linguistas e educadores vêm demonstrando a inutilidade dessa prática secular. Só se aprende a ler e a escrever, por mais incrível que pareça, lendo e escrevendo. A ideia de que a boa leitura e a boa produção de textos depende do conhecimento pormenorizado da gramática normativa é uma falácia que precisa ser combatida.

O mais triste é que essa “tradição pela gramática” perpetua-se sem dó nem piedade, envergonhando a educação linguística, em pleno século XXI. Em “A norma oculta”, Bagno denuncia que até hoje as universidades têm diplomado profissionais na área de Letras, que mal sabem linguística, crítica ou teoria literária, por força dos aspectos negativos da origem de boa parte dos alunos e da negligência com que é gerenciada a maioria dos cursos de Letras, fator, sem dúvida contribuinte àquela perpetuação. Bagno defende que por trás da busca do “português correto” se esconde a ideologia que procura manter a separação de classes, denunciando que o preconceito linguístico, na verdade, serve para mascarar o preconceito social.

Ao se pronunciar, Bagno dá um banho nos defensores do “bom português”, respaldando-se cientificamente, nos estudos lingüísticos mais recentes. Desbanca os supostos gramáticos, com sarcasmo de propriedade e sem falácias. Ao apresentar a ideia de que “existem ‘erros’ mais errados que outros”, por exemplo, escancara o preconceito inerente às ideias da “norma padrão” na nomeação de “lapsos” ou “descuidos” atribuída aos “erros” cometidos pelos próprios gramatiqueiros, e na de “crassos” aos cometidos pelos falantes das variedades desprestigiadas. Ora, se todos “desobedecem” à norma, por que os erros destes é considerado “caipirês”, “língua de índio” ou “erro crasso” e daqueles um simples “descuido” ? A resposta é clara e evidente.

Com segurança, Bagno exemplifica o preconceito decorrente do despreparo daqueles que dentro das publicações “científicas” e da mídia, posam com ares de sábios da língua, prescrevendo formas e fórmulas do que é “correto”. “Dá nome aos bois” e os deixa em situação constrangedora quando os pega em seus próprios “erros”. Embora faça isso, fica claro que sua intenção é demonstrar a validade das variedades que supostamente vão de encontro à “língua de Camões”. Na leitura do capítulo “Mídia, Preconceito e Revolução”, fiquei pensando como seria para uma pessoa que quisesse fugir de um cão feroz, por exemplo, e no momento, fosse obrigada a pensar/dizer “Pernas, para que vos quero?” porque o “Pernas para que te quero?”, estando sem concordância, corresponderia a erro. Me lembrei ainda de certa ocasião, numa escola onde trabalhei, da estranheza causada em alguns alunos que iriam encenar a “Paixão de Cristo”, quando liam a fala da multidão: “Crucifica-o. Estando essas formas em total desuso pelos falantes, prejudica-se até mesmo a coerência textual, uma vez que torna difícil o entendimento, dependendo do público. Bagno demonstra a importância do contexto, dos atores envolvidos e da intenção de quem fala para a comunicação. Tipo assim: já pensou no slogan da TV Globo: “Globo. Nós nos vemos por aqui.”?. A formalidade seria tanta que a maior emissora do país, certamente perderia audiência. Sabiamente, “fugindo da norma-padrão”, objetivando maior intimidade com o telespectador, buscando sua preferência, adotou-se a forma “Globo. A gente se vê por aqui.”.

Por fim, Bagno reafirma a posição de que o uso da língua numa perspectiva sociolinguística não é a valorização das variedades estigmatizadas em detrimento das prestigiadas ou da norma padrão. É sim a busca de um entendimento consistente a respeito dos fenômenos linguísticos, no intuito de se combater a discriminação social no país.

REFERÊNCIA: BAGNO, Marcos. A norma oculta. Língua e Poder na sociedade brasileira. 5ª. ed. São Paulo: 2006.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

ALUNO ANTONIO JANIEL, DA ESCOLA CARLINDO ALVES VENCE 1º SOLETRANDO DA SEMEC


Depois de vencer a 1ª Eliminatória, Janiel, de 14 anos, estudante do 9º ano, vence o Soletrando da SEMEC. Em entrevista ao nosso blog, Janiel disse aos seus concorrentes que não ficassem tristes, pois todos, por representar suas escolas, já eram grandes vencedores. A SEMEC premiou o vencedor com uma bicicleta e medalha. A escola representada por Janiel recebeu troféu de campeã do Soletrando.

UNIFORME ESPECIAL AOS CONCORRENTES


A SEMEC presenteou os participantes do Soletrando com uma camisa especialmente desenhada para eles. A professora Elizabete Ferraz, mesmo com problema de saúde, fez questão de comparecer ao Ginásio Poliesportivo para fazer a entrega.

CABINES COM LUZES COLORIDAS INDICAVAM DESEMPENHO DOS ALUNOS


Para indicar o desempenho dos alunos participantes, as cabines para a soletração dispunham de um sistema de iluminação especial, criado pelo técnico em elétrica da SEMEC, Celson Carvalho. A luz azul da cabine indicava a vez de quem iria soletrar, a vermelha, o erro na soletração e a verde, a soletração correta da palavra. Além desse sistema, o público podia visualizar a soletração, que era digitada por Celson Carvalho e projetada em um telão."Esse dispositivo ajudou o público do Ginásio poliesportivo a entender melhor a dinâmica do jogo", comentou o professor Jocelmo.
O sistema de contagem de acertos e erro foi controlado eletronicamente pelo Professor Alacides Leão, graduado em Matemática.

GINÁSIO ESPORTIVO DE SLP LOTA COM O SOLETRANDO


O Soletrando chamou a atenção do público santa-luziense. Professores, gestores, alunos e pais compareceram em massa para prestigiar as atividades de soletração dos alunos. Segundo a professora Elizabete Sousa Ferraz, Secretária de Educação do município, o objetivo de integrar a comunidade escolar foi alcançado, no evento "Ficamos muito felizes, pois a população veio acompanhar os trabalhos da SEMEC", comemorou. O evento foi ainda coberto ao vivo pela Rádio Tropical FM.

OS CONCORRENTES DO SOLETRANDO


Ao lado do Professor Jocelmo, apresentador do evento, os alunos das nove Escolas Municipais participantes do Soletrando, realizado pela SEMEC de Santa Luzia do Paruá.
Da esquerda para a direita: Fabiana, do Colégio Benedita Ayoub, Janiel, do Carlindo Alves, Marcos, do Laura Estrela, Luana, do Hilton Rodrigues, Cristina, do Odyllo Ignácio, Veronice, do Alto do Abel, Ana Paula, do Raimundo Carvalho, Brenda, do Carlos Drummond e Izabelly, do Adonias Carvalho.

SOLETRANDO - A TV inspirando práticas educativas


SECRETARIA DE EDUCAÇÃO DE SANTA LUZIA DO PARUÁ REALIZA "SOLETRANDO"

O Ensino de Língua Portuguesa numa perspectiva (sócio)linguística perpassa pela valorização de todos os aspectos da língua, do rural ao urbano, do informal ao formal, da variante regional à norma considerada culta. Há falsos entendimentos dessa ideia quando se acredita que a variante tida como “padrão” agora deve ser esquecida, uma vez que agora o que importa é a comunicação. O aluno “errou”, mas se comunicou. Então, tudo é válido. Não se pode negar que os chamados erros das variantes menos prestigiadas são sem dúvida possibilidades normais de uso da língua e como tal devem ser valorizadas em prol da extinção de qualquer preconceito linguístico. Mas, se objetivo é comunicar, e não sendo trabalhados na escola os aspectos formais da língua, o aluno o saberia diante da exigência de um momento em que a norma “culta” é usada? O “erro” ortográfico deve ser ignorado? Bortoni-Ricardo já diz que

“há uma diferença crucial no tratamento pedagógico de “erros” na produção oral do aluno, que a Sociolingüística considera apenas como alternativas associadas a variantes e estilos diversos, e o erro ortográfico, que consiste numa hipótese heurística mal sucedida na aprendizagem da tecnologia da escrita. O erro ortográfico precisa sempre ser corrigido para que o aluno adquira domínio dessa tecnologia.”

Com base no pensamento de Bortoni-Ricardo, que estratégias os educadores de Língua Portuguesa podem lançar mão para um trabalho que valorize a ortografia? Em tempos de mudanças formais advindas no Novo Acordo Ortográfico o peso da pergunta dobra. Bem, nós aqui de SLP, “copiamos” a ideia do Programa de TV “Caldeirão do Huck”, do quadro “Soletrando”, em busca de um incentivo ao estudo das formas “cultas” de se escrever, já que, por excelência, a escola é o lugar onde isso deve ser feito.

Tentamos reproduzir os detalhes do programa: as cabines foram feitas com material reciclável (madeira de refugo); as lâmpadas foram acondicionadas em invólucros feitos com garrafa pet: A azul, indicando a vez do aluno a pronunciar a palavra, o verde, o acerto da palavra e o vermelho, o erro.

As nove escolas com alunos na faixa etária de 10 a 14 anos, fizeram eliminatórias entre as classes, classificando seu representante. A equipe responsável pelo Soletrando em SLP, visitou cada aluno escolhido, entrevistando-lhes e aos seus pais, redundando tudo num vídeo, que retratasse o perfil desse aluno enquanto estudante.

No grande dia, o evento foi realizado no Ginásio Poliesportivo, com a presença de todos os alunos. A cada aluno chamado para compor as cabines, o vídeo com seu perfil era exibido.

As palavras para pronunciação foram escolhidas pelo coordenador do evento, Professor Jocelmo Costa Aires. Os alunos tiveram que estudar as regras do Novo Acordo, pois havia a exigência de se pronunciar as palavras, já com a mudança, caso fossem sorteadas.

As escolas participantes: Laura Estrela, Carlindo Alves, Alto do Abel, Odyllo Ignácio, Hilton Rodrigues, Adonias Carvalho, Raimundo Carvalho Ramos, Carlos Drummond e Benedita Ayoub.

Foram realizadas eliminatórias de três em três escolas, ficando para final: Carlindo Alves, Hilton Rodrigues e Odyllo Ignácio.

O grande vencedor foi o Aluno Antonio Janiel Lima Santos, de 14 anos, estudante da escola Carlindo Alves.

Segundo o professor Jocelmo, o objetivo do evento foi alcançado, já que acredita ter havido incentivo ao estudo da ortografia, à leitura e ao próprio interesse nos estudos.

REFERÊNCIA:

BORTONI-RICARDO, Stella Maris (2006). O estatuto do erro na língua oral e na língua escrita. In: GORSKI, Edair Maria; COELHO, Izete L. (Orgs.) Sociolingüística e ensino: contribuições para formação do professor de língua. Florianópolis: UFSC, p.267-276