A brincadeira faz parte da vida das crianças desde muito cedo. Já está em sua essência gostar de brincar e, fazer proveito desse gosto inerente aos pequeninos é uma ótima estratégia para trazer-lhes novos conceitos na escola, como também trabalhar suas dificuldades de aprendizagem. Foi nesse sentido que se deu o estudo do fascículo 5, que trata do lúdico na sala de aula. Os cursistas viram na prática o quanto é importante associar brincadeiras às atividades escolares. Os jogos apresentados no fascículo foram realizados no pátio da escola com os materiais necessários reproduzidos em “tamanho gigante” para que todos pudessem visualizar melhor e aprender como jogar para, então, aplicar em suas turmas. “É preciso entender bem a dinâmica do jogo para que na aplicação com os alunos não haja surpresas e a gente não fique perdida”, comentou uma das cursistas”. A “corrida das palavras” (foto acima) é um dos jogos que, dependendo das adaptações, pode ajudar na consciência fonológica, percepção visual das letras e, sobretudo, na reflexão sobre determinadas irregularidades da língua; o “jogo das vogais” (foto abaixo), um dos mais divertidos naquele encontro, é também o que permite maior possibilidade de adaptações. Como o jogo original é destinado principalmente às turmas iniciais (1ª ou 2ª série), já que prioriza o estudo das vogais, o tutor Jocelmo adaptou-o para o trabalho em séries maiores. Substituiu as vogais do jogo por S, SS, SC, Ç e C, para trabalhar o emprego desses grafemas nas palavras onde há o fonema /s/. “Escolhi essa irregularidade do fonema /s/ porque ela faz parte de um contexto lingüístico que apresenta grande complexidade ao aprendiz da língua” justificou. Lembrou ainda que conforme a dificuldade lingüística dos alunos, constatadas numa avaliação diagnóstica (já estudada no fascículo 2), o professor pode fazer outras adaptações: pode explorar por exemplo os “sons” do X, palavras com S e Z, maiúsculas e minúsculas, singular e plural, entre outras.
Além dos jogos sugeridos no fascículo, os cursistas da turma de Alfabetização e Linguagem divertiram-se com a “bomba das sílabas”, uma divertida brincadeira cujos participantes, perfilados num grupo de seis, após lhe serem sorteada uma sílaba, deveriam dizer, cada um por vez, uma palavra que iniciasse com essa sílaba, sendo que, ao acertarem a palavra deveriam passar a “bomba” ao outro. Aquele em que a bomba (uma bola de isopor com velinha de aniversário) “explodisse” sairia do jogo, sendo declarado vencedor o último “sobrevivente” do jogo. O tutor afirmou que além das sílabas iniciais de uma palavra, os professores ainda podem trabalhar com a “bomba”, as letras iniciais de nomes (para séries menores), sílabas finais e até mesmo rimas entre palavras. “A tarde daquele encontro ficou marcada no curso, porque a participação foi intensa. Vê-se que os jogos exercem influência muito forte nas crianças e até mesmo nos adultos, e é aproveitando esse aspecto que o professor deve trabalhar. Pesquisar quais tipos de brincadeiras os alunos gostam, por exemplo, é um bom começo para criar uma aula com ludicidade”, falou o tutor Jocelmo. “É importante lembrar que brincar por brincar é sempre divertido, mas deve-se primar pelo objetivo a ser alcançado, como recomenda o fascículo 5”, completou.
(Fonte: Informativo PRÓ-LETRAMENTO - Agosto de 2008)
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